Atividade 2.2 - Considerações sobre o trabalho de César Lattes

Cesare Mansueto Giulio Lattes , conhecido como César Lattes, nasceu em Curitiba dia 11 de julho de 1924, filho de Giuseppe Lattes e de D. Carolina Maria Rosa Lattes. Foi casado com D. Martha Siqueira Neto Lattes, teve quatro filhas e nove netos.

Seus estudos primários (1929-1933) forma na Escola Americana de Curitiba e secundários (1934-1938) no Instituto Médio Dante Alighieri, em São Paulo. Em 1943 formou-se em Física na Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras da USP e recebeu o título de Doutor Honoris Causa em 1948.

Foi entre 1947 e 1948 na Inglaterra, que Lattes começou a sua principal linha de pesquisa, o estudo dos raios cósmicos. Junto com Cecil Powell e Giussepe Occhialini, descobriu uma partícula prevista por I. Yukawa, o méson pi, fundamental no entendimento da estabilidade do núcleo atômico. No ano seguinte, colaborando com Eugene Gardner no acelerador da Universidade da Califórnia, produziu artificialmente a mesma partícula.

Inúmeras aberturas no terreno da institucionalização da ciência, no Brasil e na América do Sul, acompanharam essa descoberta de Lattes, ligadas diretamente a sua volta no nosso continente.

No Brasil, em 1949, Lattes criou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Instituto que acolheu iniciativas como a da formação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, a da Escola Latino-Americana de Física, o Centro Latino-Americano de Física. Com sua grande influência na área, houve a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), que ainda é o maior financiador de pesquisas no país.

Entre prêmios, medalhas e comendas, recebeu, no Brasil, o Prêmio Einstein de 1950, o Prêmio Fonseca Costa, do CNPq, em 1958, a Medalha Santos Dumont em 1989, a Medalha comemorativa dos 25 anos da SBPC.

No ano de 1967, Lattes era o professor no novo Instituto “Gleb Wataghin” de Física na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Também se tornou o diretor do Departamento de Raios cósmicos, Altas energias e Leptons.

Na América do Sul sua atuação foi reconhecida por governos como o da Bolívia, que lhe concedeu o título de cidadão honorário daquele país, em 1972, e da Venezuela, que lhe conferiu a comenda Andrés Bello em 1977, e pela Organização dos Estados Americanos, que lhe outorgou o prêmio Bernardo Houssay, em 1978. Se aposentou em 1986, mas depois, em 1987 recebeu o Prêmio de Física da Academia do Terceiro Mundo. Faleceu no dia 8 de março de 2005 no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, vítima de uma parada cardíaca.